terça-feira, setembro 13, 2005

Eu vi a Vaca.

Na verdade eu vi três delas. Sim, das quadrúpedes (tá pensando o quê???).

E o melhor: estavam estáticas, paradas e absolutamente inertes. De pé. Uma na calçada da Av. Paulista em plena luz do dia, e outras duas ali no hall do terminal rodoviário Tietê.

Estou falando das vacas do Cow Parade. Sim, elas já chegaram em São Paulo. É bom ter algo pra quebrar a rotina do dia a dia (como se eu tivesse rotina né? trabalhando cada dia em uma cidade diferente... pfe).

A vaca que mais gostei, a mais simpática de todas, é a da Paulista. Toda feita de recortes e colagens de folhas da lista telefônica. Algo mais paulistano, impossível.

O engraçado nesse evento (já que eu vejo graça em tudo né?), é que as vacas são reproduções em tamanho real dos bovinos de verdade. Apenas com a diferença de serem estátuas e contarem com cores e estamas um pouco mais "animais".

Não fiquei muito tempo observando cada vaca que crusou meu caminho, mas fiquei matutando sobre elas... sobre como, mais uma vez, a interpretação do que se vê está nos olhos de quem olha.

A vaca existe realmente? Ou seria apenas uma ilusão da minha mente? Eu sou eu ou sou o sonho de alguém? (olha matrix aí gente). Se eu tocar a vaca então ela é de verdade? Os outros também estão vendo a vaca? Aquela vaca é daquela cor mesmo? Eu sou a vaca?

E outras mirabolantes viagens. Nesse momento agradeço aos meus queridos pensadores gregos e seus filósofos colegas de profissão, que fizeram o favor de realizar estas mesmas perguntas - ainda com a facilidade de nos deixar seu legado por escrito. A resposta pra questão da vaca está lá, disponível pra consulta por qualquer pessoa banal (ou nem tão banal assim).

O que me resta é a contemplação, a confirmação de que as coisas não existem senão dentro de mim. E todas suas consequências (as edificantes e as funestas). A dor já não mais dói, e a vida se torna uma sequência de acontecimentos mais simples de se interpretar. Deste modo, a cada nova situação que se apresenta, podemos ter o poder de reagir do modo que desejamos. Algo meio como prega o budismo, manja? hehehe....

Quando o desejo não mais existe, então a paz encontra onde se acomodar. Tudo que precisamos está dentro de nós. Quando parares de procurar, então encontrarás.

E também nesse momento - como em tantos outros, alguém já fez uma música sobre isso antes. Será que é uma sina da humanidade? Reinventar a roda? Bom, essa é a minha roda. Mas sobre isso os filósofos já filosofaram também...

Titãs - Provas De Amor
by Paulo Miklos

Acabo de te trair
Em pensamento
Não deixo você ouvir
O que te traz sofrimento
Acabo de me trair
O que é que eu estou dizendo ?

Se é amor tem
Desencontros
Amar também
Um contra o outro
E lutar sempre
Por esse amor
Que morre e reascende
Melhor

Existem provas de amor
Provas de amor apenas
Provas de amor
Não existe o amor
Não existe o amor
Não existe o amor não existe
O amor
Apenas provas de amor

Acabo de me separar
Sem fazer alarde
Te ligo quando chegar lá
E te escondo a verdade
Nós vamos nos reconciliar
E você nem sabe

Se é amor tem
Desencontros
Amar também
Um contra o outro
E lutar sempre
Por esse amor
Que morre e reascende
E não tem fim

Combinamos
Destruir mas
Sempre estamos
Enganados
Vendo-o ressurgir
É você que eu amo

Existem provas de amor
Provas de amor apenas
Provas de amor
Não existe o amor
Não existe o amor
Não existe o amor não existe
O amor
Apenas provas de amor